3 de mai. de 2010

RELATO MOACIR AUDAX LAJEADO.

Um breve relato do Audax Lajeado 2010.

Um tanto atrasado, mas infelizmente não consegui postar antes.

Bem, quando se fala em Audax, logo vem à cabeça o questionamento, vou conseguir chegar ou não, meu tempo vai ser melhor ou pior, comparando-se com a mesma prova ou alguma outra realizada.
Com a passar do tempo e da quantidade de Audax realizados, vai se descobrindo que, cada prova tem sua peculiaridade, como relevo, clima, preparo físico e as condições do equipamento, ou seja, a bike. Uma mesma prova, com trajeto idêntico, pode mudar totalmente de acordo com estas características. Foi o que aconteceu no Audax Lajeado 2010.
Os companheiros desta aventura, o Celso Vedolin, Robson Andrade, Ivan Silva, Eduardo Silva (que infelizmente não conseguiu concluir) e eu, Moacir Almeida, pudemos ter o prazer, se assim posso dizer, de participar de um Audax diferente, um verdadeiro desafio, numa prova onde aconteceu de quase tudo.
Como sempre, na largada existe aquela aglomeração, com os mais afoitos saindo na frente e os mais cautelosos ficando mais para o final da fila, numa prova que, foi a maior de todas, em numero de participantes, 130 ao todo.
Foi uma manhã com bastante neblina, que perdurou aproximadamente até as 10:00 da manhã, geralmente temos em mente aquele ditado, “serração baixa, sol que raxa” , mas desta vez não foi assim. Aquele sol que deveria aparecer, não veio, o tempo continuava nublado, para alegria de todos que achavam que isto iria durar o dia todo.
Geralmente pedalo sozinho, mas desta vez “adotei” um ciclista, o João, um jovem do interior de Santa Cruz do Sul que estava fazendo seu primeiro Audax, logo após o PC1 e pedalamos juntos quase até a chegada.
Até o PC 02 foi só alegria, clima perfeito e estrada boa. Após o PC 2, mais exatamente em Mato Leitão, furei um pneu (o primeiro em Audax), sempre tem a primeira vez (meu companheiro me disse: ainda bem que furou o pneu, eu já estava cansado, tudo bem, azar de um, sorte de outro). Por volta das 12:30, começou a cair uns pingos, isto após alguns quilometros de Arroio do Meio e a medida que pedalávamos os pingos ficavam mais insistentes, quando chegamos ao pedágio, próximo a Roca Sales, virou chuva forte, onde paramos para “ensacarmos” nossos equipamentos (telefone, maquina fotográfica etc), para proteção da chuva. E aí começou a aventura, a chuva não deu trégua até o PC 3, parecia que tinham inventado mais algumas subidas no meio do trajeto, o tal de PC 3 nunca chegava. A temperatura também mudou, com a chuva esfriou um pouco, já no PC3, comemos o famoso sanduíche e tomamos o suco de laranja, apreciando a paisagem (O ser humano é muito criativo, sacos de lixo viraram capa de chuva, foi isto que muitos fizeram para se proteger no PC3). Foi neste ponto, após a parada, que começou a esfriar, meu companheiro começou a tremer de frio, nos obrigando a sair logo.
Do PC3 até a chegada foi um Audax desafio, emoção e aventura. Dentro do quiosque estava uma maravilha, apesar de estarmos encharcados e começando a ficar com frio, mas sair novamente na chuva fria, olha, tinha que pensar duas vezes. Não tendo outra opção, lá fomos nós, nos primeiros metros o corpo começou a tremer de frio e por azar logo pegamos uma descida, que piorou a situação. Para alento e alegria, perto de Encantado encontrei o Robson e o Celso de dirigindo até o PC 3, o que me alegrou bastante, pois não os tinha visto na prova, só não vi o Ivan e o Eduardo.
Do posto da Policia Rodoviária até o início da estrada de chão a chuva deu uma trégua, mas a alegria durou pouco e logo começou a chover novamente. A tal de estrada de chão estava cheia de buracos e valetas (cheias de água é claro), tanto que consegui tirar apenas uma foto, pois até a chegada não parou de chover.
Os carros passavam e jogavam a água suja direto em nós, que entrava até nos ouvidos, só vendo. As mãos doíam de tanta trepidação, aquelas valetinhas não tinham fim e foi assim até o final, quando iniciou o asfalto. Contudo, foi compensador, pois com aquela chuva, no meio de uma estradinha de interior, todo molhado e embarrado, começando a escurecer, comecei a pensar, quando na vida a gente faz isto?
Porém, o pior estava por vir, como comentei no início o equipamento também precisa estar em ordem, contudo, a meu não estava, a relação (diga-se correia e cassete) estavam no limite, bem como os pneus que estavam muito desgastados. A medida que o barro e a areia iam grudando, começou a complicar, parecia que ia quebrar tudo, dei graças quando cheguei a Colinas, com a água limpa das valetas, a correia limpou e diminuiu o ruído, mas não parou por completo. Comecei a rezar para chegar. A partir deste ponto meu colega, bastante cansado, perguntava a cada 500 metros, quanto faltava para chegar e assim foi até perto de Estrela, quando furei o segundo pneu. Faltando 2 horas para chegar e verificando que não tinha como consertar, resolvi empurrar a bike, mandei o João ir em frente para não se atrasar e fiz uma caminhada de aproximadamente 3 Km, até a linha de chagada. No hotel, de banho tomado, a expectativa era com relação aos companheiros, na estrada de chão, com chuva, no escuro, dá para imaginar. Mas para alegria, minha, do Marcos e do seu sobrinho, vimos os três passando na rodovia, ainda no tempo limite, rumo a chegada. Assim como aconteceu comigo e tantos outros, neste Audax aconteceu com o Celso e ao Ivan, ou seja, completar o primeiro Audax e o primeiro a gente nunca esquece, ainda mais um destes. Parabéns a eles.

4 comentários:

  1. Descobri um relator para o Blog, hehehe!
    Muito Bom! Abraço!

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  2. Muito bom Moacir. Gostaria de estar junto nessa "aventura". Abração.

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  3. AI QUE SAUDADES DESSAS LOUCURAS...AUDAX É ISSO MESMO ,A GENTE MORRE MAS COM UM SORRISO DE ORELHA A ORELHA !!!
    VALEU , MOACIR E turma ..em especial CELSO VEDOLIN !!!

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  4. Então foi por isso que passei pelo nobre colega, empurrador de bike, perto da BR386... Mas o tempo estava bom (tempo restante) Que tal o Mogens fazer um roteiro novo pro Randonnée de Ijuí, passando pela RS218, a fim do pessoal da região ficar mais familiarizado com o que será o de Laj...

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